quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A mulher e o desporto


Uma das políticas definidas pelo Governo, saído das eleições de 5 de Setembro, foi a cedência de maior espaço à mulher nos cargos de decisão, na esteira da luta pela igualdade do género. Não é que ela não tivesse espaço ao longo do tempo em que Angola existe como Estado independente, mas tão-só porque achou-se que merecia mais. E ninguém deve opor-se a este princípio, porque mesmo nos tempos mais difíceis a mulher soube desempenhar com zelo e dedicação o seu papel de mãe, esposa e conselheira. As vitórias conseguidas no teatro das operações militares tiveram sempre a mão, muitas vezes invisível, de quem protegia a retaguarda. Daí que, não é favor algum que se faz a elas quando são catapultadas para cargos de prestígio ou de grande visibilidade política. São merecedoras do espaço que vão conquistando, e muitas delas vêm dando muito boa conta do recado nos afazeres que lhes foram confiadas. No desporto, este direito universalmente adquirido, a mulher já tem espaço privilegiado há muito. Como atleta, servindo diferentes modalidades, já deu largas alegrias ao país. O exemplo mais palpável é do andebol, cujo primeiro título africano, a nível de clubes, foi arrebatado, em Dezembro de 1987 pelo Ferroviário, em Ouerri (Nigéria).Noutros desportos, como no basquetebol, atletismo e futebol tem sido igualmente visível a inserção feminina, embora em termos de conquistas a referência por muito tempo há-de continuar a ser o andebol, talvez por receber mais investimento dos clubes ou por outras razões sociológicas. Entretanto, no dirigismo já de algum tempo a esta parte que vêm despontando alguns rostos femininos, sendo o mais visível o de Eufrazina Maiato, que ocupa uma das vice-presidências da Federação Angola de Futebol no mandato que se apresta a terminar. Welwitchia dos Santos acabada de ser investida como presidente de direcção do Sport Luanda e Benfica, abre assim o ciclo de mulheres nas presidências de clubes desportivos, sendo um exemplo de coragem e perseverança que deve servir a muitas outras mulheres que não têm poupado esforços na luta pela igualdade de direitos. Tchizé, como também é conhecida, será um caso ímpar por entre todos os dirigentes que governam os nossos clubes desportivos. Para tudo, há sempre um primeiro caso.


Fonte: Jornal dos desportos

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